A insegurança disfarçada de Competência: o preço oculto da hiperperfomance feminina no trabalho.
- Raisa Arruda
- 3 de jun.
- 3 min de leitura

Em um mundo corporativo que incessantemente glorifica a produtividade e a multitarefa, as mulheres frequentemente se veem enredadas em uma teia complexa. É a armadilha do "dar conta de tudo", uma demanda que, por vezes, é autoimposta e, em outras, imposta por um sistema que confunde volume com valor. O resultado? Insegurança crônica e medo persistente de parecer incompetente por não conta de tudo.
Pensemos na profissional que se desdobra em mil para conciliar prazos apertados, reuniões intermináveis, a gestão da equipe, o desenvolvimento de novos projetos e ainda as demandas da vida pessoal — marido, filhos, pais idosos, tarefas domésticas.
Ela é elogiada por sua resiliência, sua dedicação inquestionável. No entanto, por trás dessa fachada de super-heroína, esconde-se um custo invisível e altíssimo: o esgotamento mental e emocional, alimentado por um profundo receio de não estar à altura.
Essa insegurança não se manifesta como um grito de socorro, mas sim como uma "competência disfarçada". Ela impulsiona a mulher a buscar a perfeição em cada detalhe, a antecipar todos os problemas e a se dedicar exaustivamente para evitar qualquer falha que possa ser interpretada como prova de sua inadequação. É uma motorização constante, uma corrida sem fim que, em vez de levar ao crescimento sustentável, gera um ciclo vicioso de estresse e improdutividade mascarada. A verdade é que, a longo prazo, essa hiperperformance baseada na insegurança se torna um bloqueio poderoso para a autenticidade e o verdadeiro potencial.
Quando estamos sob o domínio da insegurança e do medo de sermos julgadas, nossa capacidade de tomar decisões claras fica turva. A criatividade se retrai, a inovação é sufocada e a energia vital é drenada. O que antes parecia ser um impulso para ir além, transforma-se em uma âncora que nos impede de avançar de forma consciente e estratégica. Perdemos a conexão com nossa intuição e com o que realmente importa, focando apenas em reagir às demandas externas, sempre com o receio de "ser descoberta" como não sendo boa o suficiente.
É aqui que entra o conceito de clareza psíquica, não se trata de uma fórmula mágica para eliminar a insegurança, mas sim de um antídoto estratégico para compreendê-la e gerenciá-la. A clareza psíquica é a habilidade de perceber nossos pensamentos e emoções de forma nítida, de identificar as pressões externas e internas (como o medo da incompetência) que nos afetam e, a partir dessa compreensão, escolher conscientemente como agir. É um processo de desapego do ruído mental, permitindo que a mente funcione de forma mais serena e focada.
Ao invés de nos deixarmos levar pela correnteza da hiperperformance motivada pela insegurança, a clareza psíquica nos convida a pausar, respirar e avaliar. Ela nos capacita a distinguir entre a verdadeira produtividade e a agitação vazia. Permite-nos redefinir o que significa "dar conta", priorizando o que é essencial e delegando ou recusando o que não contribui para o nosso bem-estar e crescimento genuíno. É um convite à vulnerabilidade e à coragem de desconstruir o mito de que precisamos ser perfeitas em tudo para sermos consideradas competentes.
Se você se identificou com essa reflexão e sente que a insegurança ou o medo de parecer incompetente estão freando seu potencial, talvez seja o momento de buscar a clareza psíquica que você precisa. Agende uma sessão de clareza e descubra como transformar essa dinâmica em sua vida profissional e pessoal.
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